A maioria dos pastores na China já sofreram punições ou foram presos, por propagarem sua fé em locais controlados pelo governo.
Um pastor, que não teve seu nome revelado por razões de segurança, está convencido de que o cristianismo pode abalar o controle indomável do Partido Comunista Chinês (PCC) e está disposto a pagar o preço por essa convicção.
“É uma bênção ir à prisão, sofrer por Jesus”, disse o Rev. C. à revista americana Time.
Assim como ele, os pastores de Hong Kong não têm permissão para evangelizar ou estabelecer igrejas na China sem autorização do governo. No entanto, muitos desafiam essas proibições através das chamadas “igrejas subterrâneas” nas casas e locais de trabalho.
“O Partido Comunista da China tem medo disso. Eles querem controlar os cristãos”, explica Rev. C.
Embora o presidente Xi Jinping tenha trabalhado para levar o cristianismo ao controle do Estado, estimativas projetam que a China irá abrigar a maior comunidade de cristãos do mundo até 2030.
Estudiosos estimam que existem entre 80 e 100 milhões de cristãos no país, em comparação com 89,5 milhões de membros do partido comunista, que se declara ateu. À medida que mais chineses buscam uma alternativa espiritual à repressão política, o cristianismo continua ganhando terreno, crescendo cerca de 10% ao ano.
O cristianismo só é permitido nas igrejas oficiais “patrióticas” da China, enquanto as igrejas não registradas podem estar sujeitas a repressões do governo. De acordo com as estatísticas mais recentes da organização China Aid, 1.800 líderes cristãos foram detidos em 2016.
Hong Kong: trampolim do Evangelho
Para essas igrejas subterrâneas, Hong Kong tem desempenhado um papel vital no crescimento do cristianismo no continente. A partir da região, que tem maior liberdade religiosa, são fornecidas Bíblias, apoio financeira e assistência para a abertura de novas igrejas.
Mais de 60% das igrejas de Hong Kong se dedicam ao trabalho no continente da China, de maneira ilícita ou não, de acordo com o Movimento de Renovação da Igreja. Para os evangélicos, Hong Kong serve como “trampolim para a China continental”, afirma o Reverendo Wu Chi-wai, secretário-geral da organização.
Esse tipo de apoio pode ser arriscado, resultando em assédio policial, deportação ou até mesmo detenção em centros de reeducação. No entanto, o Rev. C. avalia: “Muitos líderes religiosos acreditam que se você ainda não esteve na prisão, é porque você não está comprometido o suficiente com sua fé”.
Novas ameaças
Hong Kong se tornou um centro para seminários bíblicos e conferências religiosas, mas esse vínculo pode estar ameaçado por novas normas que entraram em vigor na China no mês passado.
“De acordo com os novos regulamentos, os fiéis da China continental estão proibidos de participar de conferências ou treinamentos religiosos não autorizado no exterior, ou serão impostas punições sérias. Hong Kong faz parte das áreas do exterior”, explica Bob Fu, presidente e fundador da China Aid.
Muitos pastores de Hong Kong estão suspendendo o trabalho ministerial por medo de colocar pessoas em perigo. “Pequim vê Hong Kong como o lugar da insurgência, um lugar que precisa ser controlado”, diz Brynne Lawrence, associada da China Aid.
Perseguição crescente
Os líderes religiosos dizem que a hostilidade em relação ao cristianismo atingiu o pico sob o governo de Xi, que se tornou líder do partido em 2012. Para enfrentar um ambiente tão hostil, as igrejas subterrâneas da China adotaram táticas de guerrilha.
O Rev. C. relatou que os cristãos usam balões para esconder seus rostos das câmeras enquanto caminham para a igreja, há lojas que servem como fachadas para as escolas dominicais e conversas codificadas que permitem que os pastores falem abertamente sobre a abertura de novas igrejas.
“Os cristãos da China sofreram décadas de perseguição. Eles sabem como lidar com o governo chinês”, diz o Rev. C. “Mas Pequim não pode prender todos eles. Há muitos cristãos agora e as prisões não são suficientes”.
Rev. C. acredita que se o cristianismo continuar crescendo na China, é possível que 20 a 25% do país se torne cristão. “O Partido Comunista não será capaz de lidar com isso”, declara. “Com o cristianismo [haverá] moral, ética, leis justas e vontade de reforçar tudo isso. Somente o cristianismo pode mudar esse país”.
“É uma bênção ir à prisão, sofrer por Jesus”, disse o Rev. C. à revista americana Time.
Assim como ele, os pastores de Hong Kong não têm permissão para evangelizar ou estabelecer igrejas na China sem autorização do governo. No entanto, muitos desafiam essas proibições através das chamadas “igrejas subterrâneas” nas casas e locais de trabalho.
“O Partido Comunista da China tem medo disso. Eles querem controlar os cristãos”, explica Rev. C.
Embora o presidente Xi Jinping tenha trabalhado para levar o cristianismo ao controle do Estado, estimativas projetam que a China irá abrigar a maior comunidade de cristãos do mundo até 2030.
Estudiosos estimam que existem entre 80 e 100 milhões de cristãos no país, em comparação com 89,5 milhões de membros do partido comunista, que se declara ateu. À medida que mais chineses buscam uma alternativa espiritual à repressão política, o cristianismo continua ganhando terreno, crescendo cerca de 10% ao ano.
O cristianismo só é permitido nas igrejas oficiais “patrióticas” da China, enquanto as igrejas não registradas podem estar sujeitas a repressões do governo. De acordo com as estatísticas mais recentes da organização China Aid, 1.800 líderes cristãos foram detidos em 2016.
Chineses orando em uma igreja subterrânea no quintal de uma casa. (Foto: Adam Dean/Panos)
Hong Kong: trampolim do Evangelho
Para essas igrejas subterrâneas, Hong Kong tem desempenhado um papel vital no crescimento do cristianismo no continente. A partir da região, que tem maior liberdade religiosa, são fornecidas Bíblias, apoio financeira e assistência para a abertura de novas igrejas.
Mais de 60% das igrejas de Hong Kong se dedicam ao trabalho no continente da China, de maneira ilícita ou não, de acordo com o Movimento de Renovação da Igreja. Para os evangélicos, Hong Kong serve como “trampolim para a China continental”, afirma o Reverendo Wu Chi-wai, secretário-geral da organização.
Esse tipo de apoio pode ser arriscado, resultando em assédio policial, deportação ou até mesmo detenção em centros de reeducação. No entanto, o Rev. C. avalia: “Muitos líderes religiosos acreditam que se você ainda não esteve na prisão, é porque você não está comprometido o suficiente com sua fé”.
Novas ameaças
Hong Kong se tornou um centro para seminários bíblicos e conferências religiosas, mas esse vínculo pode estar ameaçado por novas normas que entraram em vigor na China no mês passado.
“De acordo com os novos regulamentos, os fiéis da China continental estão proibidos de participar de conferências ou treinamentos religiosos não autorizado no exterior, ou serão impostas punições sérias. Hong Kong faz parte das áreas do exterior”, explica Bob Fu, presidente e fundador da China Aid.
Voluntária limpando igreja antes de reunião, na China. (Foto: Adam Dean/Panos)
Muitos pastores de Hong Kong estão suspendendo o trabalho ministerial por medo de colocar pessoas em perigo. “Pequim vê Hong Kong como o lugar da insurgência, um lugar que precisa ser controlado”, diz Brynne Lawrence, associada da China Aid.
Perseguição crescente
Os líderes religiosos dizem que a hostilidade em relação ao cristianismo atingiu o pico sob o governo de Xi, que se tornou líder do partido em 2012. Para enfrentar um ambiente tão hostil, as igrejas subterrâneas da China adotaram táticas de guerrilha.
O Rev. C. relatou que os cristãos usam balões para esconder seus rostos das câmeras enquanto caminham para a igreja, há lojas que servem como fachadas para as escolas dominicais e conversas codificadas que permitem que os pastores falem abertamente sobre a abertura de novas igrejas.
“Os cristãos da China sofreram décadas de perseguição. Eles sabem como lidar com o governo chinês”, diz o Rev. C. “Mas Pequim não pode prender todos eles. Há muitos cristãos agora e as prisões não são suficientes”.
Rev. C. acredita que se o cristianismo continuar crescendo na China, é possível que 20 a 25% do país se torne cristão. “O Partido Comunista não será capaz de lidar com isso”, declara. “Com o cristianismo [haverá] moral, ética, leis justas e vontade de reforçar tudo isso. Somente o cristianismo pode mudar esse país”.
Cristãos levantam as mãos em oração durante conferência em Hong Kong. (Foto: AFP/Getty Images)
Fonte; GUIAME