O Irã anunciou neste sábado (11), que seus militares "sem querer" derrubaram o avião ucraniano que caiu no início desta semana, matando todos os 176 a bordo, depois que o governo negou repetidamente as acusações ocidentais de que era o responsável.
O avião foi abatido no início da quarta-feira, horas após o Irã ter lançado um ataque de míssil balístico contra duas bases militares que abrigavam tropas americanas no Iraque em retaliação pela morte do comandante iraniano Qassem Soleimani em um ataque aéreo americano em Bagdá. Ninguém foi ferido no ataque às bases.
Uma declaração militar divulgada pela mídia estatal disse que o avião foi confundido com um "alvo hostil" depois que se voltou para um "centro militar sensível" da Guarda Revolucionária. Os militares estavam em seu "nível mais alto de prontidão", afirmou, em meio às intensas tensões com os Estados Unidos.
"Em tal condição, devido a erro humano e de maneira não intencional, o vôo foi atingido", afirmou o comunicado. Ele pediu desculpas pelo desastre e disse que atualizaria seus sistemas para evitar futuras tragédias.
Ele também disse que os responsáveis pela greve no avião seriam processados.
O reconhecimento da responsabilidade do Irã pelo acidente provavelmente inflamaria o sentimento do público contra as autoridades depois que os iranianos reuniram-se em torno de seus líderes após o assassinato de Soleimani. O general era visto como um ícone nacional e centenas de milhares de iranianos compareceram a procissões fúnebres em todo o país.
Mas a grande maioria das vítimas de aviões eram iranianos ou iranianos-canadenses, e o acidente ocorreu apenas algumas semanas depois que as autoridades anularam protestos em todo o país, provocados por um aumento nos preços da gasolina.
Após o anúncio, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Javad Zarif, citou as conclusões da investigação das Forças Armadas iranianas, dizendo que é um dia triste "no momento da crise causada pelo aventureirismo americano".
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